Skyfall


Authors
lawlielawlaw
Published
2 years, 10 months ago
Updated
2 years, 6 months ago
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Chapter 2
Published 2 years, 10 months ago
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part one

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https://youtu.be/OQQ01fh_X0I 

Defy


Caramel volta a si com um grunhido de surpresa. Sua respiração veio em curtos intervalos, acompanhada de dor lacerante. Ao seu lado, Rose estava numa situação não muito diferente. Ao menos não havia nenhuma ferida aparente em seu corpo.

"Como você se sente?" A voz de uma Pouflon a perguntou, lançando-lhe um olhar de preocupação. Ela lembrava Caramel uma fada, pelas marcas de uma borboleta decorando seus pêlos.

Caramel demorou a responder. Sentia-se desorientada, como se tivesse acordado de um longo pesadelo. Tinha a leve impressão de que se decidisse se esforçar mais, desmaiaria. Suas memórias estavam confusas, também. Lembrava de ter saído com um grupo, para lutar com a entidade. Depois, não havia nada, senão a dor ao respirar e a sensação de estar sendo puxada de volta para a realidade.

"Uh..." Caramel inspira. "Mais ou menos bem. Na medida do possível." A outra pouflon estreitou os olhos, duvidando. "O que houve?"

“Não sei dos detalhes, mas acho que vocês duas devem ter tocado a corrupção. Tem tanta coisa acontecendo, é difícil acompanhar!” Ela continuou falando, sem esperar por uma resposta de Caramel. Foi se aproximando de Rose, checando se a Vespire não possuía nenhum ferimento ou corrupção restante. “Mas, olha, é melhor vocês duas descansarem aqui, ou não se aproximarem da Entidade.”

O fato de ela ter sido corrompida junto de Rose não a surpreendeu, na verdade. Sua mente havia simplesmente apagado os acontecimentos recentes, então, era como se estivesse ouvindo o infortúnio de outro lon. E de qualquer forma, era um risco que ela decidiu enfrentar, e aconteceria uma hora ou outra.

“Tudo bem. Vou ver como posso ajudar, então.” murmurou, considerando ir até os curandeiros, quem sabe ajudá-los a encontrar outros corrompidos.

“Ah, mas tome cuidado!” A outra pouflon avisou. “Não dá pra saber quais os efeitos da corrupção em alguém, sabe. Enfim, vocês duas podem ir embora, agora!”

“Obrigada, fofa.” Veio a voz de Rose, a cauda pontuda se mexendo, como se ela estivesse testando os movimentos de seu corpo, para ver se tudo estava em ordem. “Vamos?” perguntou agora para Caramel.

“Uhh…” Caramel considerou. Não queria ser rude com Rose, claro, porém esperava ir sozinha. Acredito que não faz mal. Moveu a cauda, fazendo um breve sinal para a vespire ir com ela.

Rose se moveu com graça, logo a alcançando.

“Você parece diferente.”

“Hmm?” Rose virou o rosto para a pouflon. “Pareço?”

“Hm. Está mais brilhante.” disse apenas. A verdade é que não tinha certeza se Rose era de fato assim, ou se havia mudado após a corrupção a afetar. Era possível que Caramel só não tivesse prestado atenção antes.

A vespire a respondeu com uma risada.

“Obrigada. Você não parece menos brilhante também.” Oh. Será que ela…? O pensamento não terminou, pois Rose continuou falando: “Fico feliz em  ver que você está bem. Esperei pelo pior, depois que vi você ser atingida pela cauda da entidade.”

“Então foi isso que aconteceu?”

Ouvindo assim, parecia ainda mais como algo que não foi com ela. Caramel não se sentia muito diferente, agora que o desconforto inicial havia passado. Até checou o próprio corpo, em busca de quaisquer ferimentos. Hm. Se ela tivesse algum, os curandeiros cuidaram dele, certamente.

Elas saíram da barraca da curandeira de antes, longe da batalha. Ela conseguia ver a entidade lá longe, ainda lidando com diversos guerreiros. Dessa distância, não conseguia identificar se os esforços tiveram efeito.

“Obrigada por ter tentado me ajudar antes.” disse Caramel, evitando olhar para Rose. “E desculpe por ter te arrastado comigo.”

“Oh, não se preocupe. Você é uma fofa, não foi problema algum.”

“Mhm.”

Caramel distraiu-se logo, caminhando entre as pessoas, até se separar de Rose quando ela encontrou alguém conhecido. Caramel não conseguia evitar de pensar no que Rose lhe dissera, em como tinha sido atingida na luta, deixando-a inútil por tempo indeterminado. Não conseguia aceitar isso.

Ainda acho que não consigo lutar contra isso, pensou, olhando por trás de seu ombro, o som da batalha alcançando seus ouvidos. Não sou nada como os Cavaleiros.  E, por mais que tivesse um pouco de conhecimento com feitiços da terra, e tivesse as vinhas e cipós, não acreditava serem o suficiente.

Mas…

Mas ela não iria aceitar, decidiu rapidamente. Caramel mudou de ideia rápido, e foi então em busca de outro grupo se preparando para lutar contra a entidade. Se ficasse parada, temia se perder em seus pensamentos, o que nunca era bom para a Pouflon.

Não demorou muito para encontrar alguém. Dois cavaleiros, ambos bem diferentes um do outro, estavam prestes a partir para a luta mais uma vez. Levavam consigo outros dois pouflons, um de chapéu, pequenino, que Caramel achou simplesmente adorável, e um pouflon rosa, o qual Caramel tinha a leve impressão de ter visto antes no meio dos cavaleiros - porém não tinha certeza se ele também era um.

Uma das cavaleiras, Caramel conhecia apenas de vista: Amelia. Sempre otimista, inclusive no meio disso tudo. Incompreensível e admirável ao mesmo tempo.

Caramel logo foi aceita no grupo, causando um leve nervosismo dentro dela. Não importa. Movida pela necessidade de fazer alguma coisa para ajudá-los, Caramel foi aos céus junto de Blanche. Os dois cavaleiros, Amelia e Reina, iam na frente, empunhando suas espadas.

Bateu as asas, e chamou seus poderes novamente. As vinhas e flores voltaram a crescer e envolver seu corpo com rapidez, talvez mais fácil do que antes, agora que a entidade não estava tão próxima. Respirou fundo.

E seus pensamentos foram imediatamente interrompidos por uma voz baixinha. Era Blanche, o pouflon de chapéu - um mago talvez?

“Você é uma maga também?” Sua voz era suave, baixinha e tímida. Adorável.

“Não… Quem sabe no futuro, talvez.” Uma possibilidade que a agradava. Talvez, quando a situação toda estivesse resolvida.

Viu os olhos de Blanche se arregalaram debaixo do seu chapéu.

“Você parece uma.”

Caramel sorriu, agradecendo.

A entidade continua a ficar maior. Os sons, aumentando o volume gradativamente, são um som insólito. Fora isso, havia silêncio entre os dois.

“Você acha que vamos conseguir derrotar a entidade?” Blanche perguntou outra vez, soando incerto. Caramel simpatizava.

“Temos que conseguir.”

Ouviu rosnados, a criatura estava mais próxima do que nunca agora. Tinham que conseguir derrotá-la. Pois se não conseguissem…. Caramel nem ao menos queria terminar o pensamento. Outra vez, fechou os olhos. Amelia e Reina já atacavam a entidade, aos pés dela, Amias vindo logo atrás. Diante dos novos atacantes, a besta virou-se para ela, revelando seus dentes num grunhido maligno.

Caramel agiu rápido. Ainda no ar, ela conjurou suas vinhas, que brotaram do chão e cresciam rapidamente. Fez com que elas se erguessem na altura dos olhos da criatura, chamando sua atenção. A criatura as analisou por pouco tempo antes de avançar contra elas, seus dentes se enterrando na maior vinha.

Caramel franziu o cenho, um arrepio percorrendo sua espinha, como se o impacto a tivesse afetado - não era possível, mas ela ainda assim o sentiu. Outra vinha, mais espinhenta, se enrolou ao redor do pescoço da entidade.

Mas, sua magia havia servido como distração, ao menos. Amelia, Reina e Amias certamente aproveitaram o momento para desferir ataques na perna do monstro, os quais não provocaram reação imediata. A cauda do monstro se moveu mais uma vez, tentando acertar os cavaleiros, sem sucesso, pois Caramel logo gritou:

“Cuidado! Cauda à sua direita!”

Nesse breve momento, a vinha que a entidade abocanhou se partiu com um som alto. O monstro emite um som, semelhante a um rosnado, e direciona seu olhar para a pouflon. Ela utiliza uma de suas patas para arrancar a outra em seu pescoço, demonstrando sua força

Caramel não permitiu descanso. Mais vinhas surgiram, quebrando a terra ao redor da Entidade, e imediatamente se prendendo em suas pernas - ela tinha uma breve memória de ter feito o mesmo, antes -.

A entidade avançou contra Caramel.