Visiting Natalia

–Huh… Já faz 9 anos que você se foi, Nat… parece que foi ontem que eu desabei com a notícia do seu falecimento… e parece que foi ontem que eu fui condenado culpado pela sua morte. Haha. 

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–As vezes eu me pergunto… quem você seria hoje em dia… será que você ainda me amaria? Como será que você arrumaria seu cabelo? Será que nós seríamos bailarinos profissionais? Eu não sei… não sei de nada, não tenho como saber.

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–Hey, eu sei que eu prometi que eu nunca mais ia tentar me suicidar, mas eu não consigo… eu sou fraco, sabe? Depois de 9 anos eu ainda não consigo te superar… eu só queria que a gente se encontrasse de novo… não me importo se eu tenho que morrer pra isso acontecer, sabe?

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–Tem uma garota lá na escola… ela me lembra bastante você… O nome dela é Patricia, ela é uma líder de torcida… animada igual você era… gentil igual você era… tenho certeza que vocês seriam grandes amigas se… você ainda estivesse aqui

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–Eu não tenho tantos amigos, sabe? Talvez porque eu passe todo o meu tempo pensando em você, mas é muito difícil interagir com qualquer pessoa… tudo o que eu faço é incomodar todo mundo, acho que o pessoal estaria muito melhor se eu não existisse.

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–A Jessie já está com 12 anos… minha irmã tá crescendo muito rápido… eu acho que ela não gosta mais de bonecas e de festas de chá igual ela gostava antigamente, será que eu devo parar de comprar uma boneca pra ela toda vez que ela me visita? Mas o que mais eu poderia dar pra ela? A mãe dela mal deixa ela me ver…

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–As vezes a Jessie se confunde e ainda me chama de Phillipe… eu acho que isso a deixa triste… saber que seu irmão nunca vai voltar a ser quem ela conhecia e amava… talvez a mãe dela tenha razão em querer que ela pare de me visitar, eu sou mesmo uma má influência…

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–Talvez eu não deva mais voltar pra cá…