Aventura Cogumelar


Authors
JosephArtt
Published
5 months, 27 days ago
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1126 1

O jovem Godrick e um grupo de jovens embarcam em uma empolgante excursão guiada por um personagem excêntrico.

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 Estava extremamente animado pelo dia da excursão ter finalmente chegado, havia me preparado pra essa pequena viagem a uns meses e por sorte vai ser com um número bom de pessoas, sendo a maioria da minha idade entre 16 a 24 anos. O guia parecia ser bem divertido e comunicativo entre os jovens, e demonstrava ter bastante conhecimento à respeito daquela da floresta e histórias sobre dela, ele tinha  um modo um tanto excêntrico no jeito de agir e vestir, mas nada que denunciasse ser uma pessoa questionável. 

Após conversar mais um pouco conosco,  ele nos emprestou alguns equipamentos para utilizarmos durante a exploração e falou sobre a importância deles,  peguei os que foi entregue para mim sentindo uma sensação um tanto desconfortável, algo neles não parecia certa, mesmo não entendendo muito sobre o assunto ou ser um especialista.... Pareciam um tanto velhos? Não me entenda mal, estava feliz que economizei um pouco não tendo que eu mesmo comprar os equipamentos e apesar dos pesares o guia se demonstrava bem confiante, sempre com um sorriso estampado em seu rosto, por mais que eu tentasse levar em conta toda sua experiência que ele dizia ter, ainda me sentia inseguro com algo, porém antes que conseguisse pensar de forma mais aprofundada no assunto, minha atenção foi roubada pela empolgação do grupo e pela grande floresta de cogumelos à minha frente, de certo modo com seu jeito exótico ela parecia acolhedora sob a luz solar, alguns cogumelos mais a sombra emitem uma luz suave e singela, com cores exuberantes. 

 Antes de sairmos o guia nos lembrou de utilizar os equipamentos de proteção e ficar perto um dos outros, a trilha mesmo com musgos e pedras soltas ainda estava bem demarcada, o que não dificultou tanto a caminhada. Tudo estava indo bem, o grupo com todos aqueles jovens estavam bem animados e uns aproveitavam para tirar fotos uns dos outros enquanto riam. Eu ainda podia escutar o guia ao longe e ele parecia um tanto eufórico demais prometendo para nós uma aventura única. Nisso acabamos nos afastando mais e mais da trilha principal sem notar, a excursão acabou nos levando para uma área mais misteriosa do bosque. Mal dava para ouvir ruídos de animais na floresta e sinto que pela primeira vez ali, senti certo arrepio. Ouvi alguns cochichando a respeito disso ao fundo, porém mal sabíamos que o pior ainda estava por vir… Uma das meninas começou a espirrar e queixar-se que não estava se sentindo muito bem, seguido por um garoto baixinho de aparência mais franzina  e isso começou a se espalhar como chamas em um celeiro, aos poucos, a sensação de confusão e desconfiança começou a se instalar e o medo que tive a princípio dos equipamentos falharem por serem muito velhos se provou ser verdade.

 

— Se acalmem, se acalmem, permaneçam juntos, dessa maneira alguém pode se machucar- disse um dos integrantes do grupo-

 

— O que houve com o nosso guia? - questionou outro em completo pânico, o que fez todos parar e olhar em volta incrédulos.-

 

— Isso faz parte da excursão? - perguntou uma menina ruiva.-

 

— Claro que não?! - respondeu uma loira exasperada.- Temos que sair daqui, quanto mais respiramos esse ar com esporos, pior vai ser.

 

A discussão não se estendeu por muito tempo, porém estava tão irritado que nem notei que haviam terminado de combinar algo entre eles e estavam tentando retornar pelo mesmo caminho que tínhamos vindo, enquanto faziam o possível para tampar seus narizes e diminuir a inalação dos esporos, porém para nosso completo azar o tempo que outrora estava com um sol radiante começou a fechar e podíamos ouvir a distância alguns trovões.

 

Comecei a seguir eles já um pouco atrasado, ainda xingando internamente o maldito guia que nos deixou sozinhos aqui, já que ele se provou ser um completo picareta que só pensava em seu próprio benefíocio. Tentava ignorar o desconforto que comecei a sentir pouco a pouco e tinha certeza que havia inalado um pouco dos esporos, pois as cores ao meu redor se intensificaram, alguns dos cogumelos pareciam dançar sutilmente e sombras começaram a se formar nos cantos dos meus olhos, me deixando desnorteado sem notar que estava começando a me afastar do grupo de pessoas.  A chuva, inicialmente suave, tornou-se uma tempestade repentina, obscurecendo ainda mais a minha visão, além de trazer consigo uma névoa densa que adicionou um toque surreal àquela floresta. Quando me dei conta estava completamente sozinho e para minha infelicidade estava ouvindo sussurros estranhos e me sentindo observado por algo.

 

— Pessoal?! Cadê vocês? -tentei chamá-los enquanto começava a correr meio a esmo, eles estavam aqui agora a pouco, para onde foram? pensei com os pensamentos a mil, me sentindo cada vez mais nervoso e ansioso. - 

Podia sentir a chuva gelada caindo sobre o meu corpo, enquanto minha mente se tornava uma confusão completa à medida que o tempo passava, onde eu estou indo mesmo? Como cheguei aqui? Esses pensamentos foram piorando e por mais que não fizesse mais sentido só correr às cegas dessa forma, comecei a sentir um medo quase surreal, como se tivesse pequenos olhos escondidos nos pontos mais escuros daquela mata. Além de sussurros quase inaudíveis, que às vezes se misturavam em um grito ou um assobio cortante próximo aos meus ouvidos. Me fazendo estremecer e levar as minhas mãos até minha cabeça.


 A viagem que no começo parecia muito agradável acabou se tornando um completo inferno e não sei quanto tempo passei perdido daquela forma até topar com um dos integrantes do grupo, ou foi isso que pensei na hora, já que estava tão cansado fisicamente e mentalmente, fora os efeitos dos alucinógenos, que não tive tempo de memorizar o rosto da pessoa que me encontrou  por mais que ela fosse muito familiar,  mas apesar de tudo conseguia lembrar vagamente de seu sorriso estranho antes de apagar completamente nos seus braços, fora essas memórias vagas da pessoa que me ajudou e de ter escorregado algumas vezes na lama pegajosa graças a chuva forte, não conseguia lembrar como cheguei na pousada novamente, mas suspirei de alívio por chegar ali mesmo que todo enlameado e ter acordado estirado no tapete do quarto, mas ainda assim vivo e sem nada do meu corpo  faltado.... Tirando 100 contos da minha carteira.