Eilins Bruxos - Origem...?


CONTO 4 - Filhos das Estrelas

Depois do primeiro esqueleto, cujo conto foi descrito anteriormente, outros como aquela criança nasceram, espalhados pelo mundo. Nenhum deles tinha qualquer relação sanguínea uns com os outros, muitos sequer chegaram a se conhecer em suas breves vidas, o que os ligava profundamente era apenas uma coisa: suas existências repletas de infortúnios.

O azar e o caos caminhavam com eles desde o primeiro momento de suas vidas, de forma que inicialmente, eilins esqueletos ficaram conhecidos como seres de mau agouro. Ter um deles por perto, ou até mesmo em suas famílias era visto de forma muito ruim, uma vez que em algum momento de suas vidas alguma infelicidade os encontraria. Isso ao menos até o nascimento daquele pequeno eilin.

Dizem que o primeiro bruxo, como hoje são conhecidos, foi filho de dois desafortunados eilins esqueletos. Todo tipo de lástima e revés já havia os assolado durante seus anos de desventura, que por algum milagre não terminou com suas vidas previamente. Foi realmente um milagre o que duas energias tão negativas conseguiram fazer, como se estivessem predestinados, intimamente ligados, aquela pequena nova existência foi um alívio para suas almas.

Ele era completamente diferente de tudo que já haviam visto: a pele arroxeada, os olhos que contavam com um formato de lua e os chifres em formato diferente, mas acima disso, aquela criança parecia ter uma energia mística, como se fosse abençoado pelo brilho das estrelas.

Surpreendentemente, depois do nascimento de seu filho, seus infortúnios diminuíram drasticamente, aquela criança parecia um catalisador de boa sorte, trazendo bênçãos onde costumeiramente eles traziam azar. Infelizmente para eles, não demoraram a notar que o pequeno não era alguém comum. Conforme ele crescia, sua mente parecia mais e mais conturbada, com hiperfocos estranhos, falando de coisas que ninguém entendia, como magia, feitiçaria, previsões e leituras astrais, além de que vivia se machucando com extrema facilidade.

Seus pais tiveram que o esconder do julgamento de outros eilins.

Toda sua infância foi intensa e turbulenta, mas nada parecia ser o suficiente para tirar o equilíbrio daquela pequena criatura. Ele vivia a maior parte de seu tempo na terra, entre a natureza, debaixo do sol de das estrelas. Os poucos eilins que o conheciam tinham a certeza que ele era louco, se mantendo afastados, convictos de que, por ser filho de quem era, devia ser apenas mais uma criança amaldiçoada.

Foi apenas na idade adulta que seus poderes chegaram ao ápice, como não havia mais ninguém como ele no mundo, ele não tinha a quem questionar ou aprender, mas as estrelas nunca o desampararam, finalmente revelando a ele através de uma visão seu verdadeiro propósito no mundo e o futuro a frente.

"Em breve haverão outros como eu, filhos das estrelas, dos sóis e da terra, somos parte do equilíbrio, feitos para trazer um pouco de paz para aqueles que sempre viveram de azar."

Não havia ninguém para ouvir sua profecia, mas ele não precisava de testemunhas, uma vez que ele estaria ali pelo tempo que fosse necessário para agir como uma balança e também iluminar o caminho dos que, como ele, fizessem o mesmo papel futuramente.